Por Eunice Porto*
Quando se tem 21 anos entramos no terceiro setênio da vida, o mundo se descortina e temos a certeza de uma longa jornada que inclui sair de casa, descobrir um propósito que dê dinheiro, estudar, trabalhar, conhecer pessoas, se apaixonar e fazer diferente de nossos pais.
Aos 42 temos no 6º setênio temos a certeza de ter feito tudo errado e se pudéssemos voltar aos 21 faríamos escolhas bem diferentes, namoraríamos mais, teríamos outro caminho profissional etc e diante de tantos “erros” temos a certeza de que devemos construir novos caminhos porque este não foi bom e seguimos julgando e cobrando muito a nós mesmos por isso.
Aos 49 entramos no 7º setênio, revisamos a vida com maturidade e olhamos o tempo que passou, sem s certeza do que está por vir e isto acelera nossa intenção de ser melhor pois no ano seguinte entramos nos 50 ou seja, teremos que seguir o script” e desacelerar.
Mas a partir dos 50+1 dia em diante percebemos que nada fora mudou, que a pressa não adiantou porque o ano é cíclico como a vida. Até os 56 revemos e ajustamos rotas para que o amadurecer não fosse de dor e sofrimento; aprendemos a dar valor para o que realmente importa; brigamos menos, amamos mais, sorrir, cantar, sonhar, observar a natureza e como tudo nela é harmonioso passa ser normal e vamos aos poucos introjetando e alterando o que está dentro.
Buscamos trabalhar pelo e com prazer eliminando o que não está bom e mantendo o que verdadeiramente faz sentido e acrescenta passando a ser o ideal de vida,.
A solidão passa ser real e muitas vezes o medo dela também, até se descobrir que a solitude ainda é um novo caminho para seguir e que o prazer de estar consigo tem que vir antes do prazer de estar com o outro.
Criamos estratégias para estarmos felizes e fazer o que não “tivemos” tempo até agora e nesse momento a solitude vira um aliado e com a escolha nos tornamos os melhores aliados de nós mesmos pelo tempo que decidirmos.
Conhecemos amigos, conectamos a um novo propósito e o dinheiro já não é mais um problema para garantir sobrevivência e se ainda o é, não vem com o peso da busca dos 21; ele tem um motivo e sabemos como, onde ele está e a serviço do que.
A vida passa ser mais leve e as relações com mais sorriso e alegria contagiam e mantém a energia, agradecer a cada momento faz ter sempre mais a agradecer, a medida que entendemos o que vale a pena perdermos tempo gastando nossa energia e o que devemos deixar ir, fingir não ter visto e seguir o fluxo.
Viver o hoje por hoje com amor, alegria e leveza é o grande caminho de vida com o melhor para os 50+.
É fácil? Nem sempre, mas é o único caminho e pode ser mais fácil através do autoconhecimento, novas amizades, vínculos afetivos, revisão de propósito, manter a fé e a esperança.
O melhor adjetivo de alguém 50+ é a confiança de que se ainda não aconteceu é porque algo melhor ainda por vir e nessa fé ele dorme e acorda em paz.
*Doutora Eunice Porto é psicóloga - contato (Instagram) - @euniceportoreal