Currículo vai ser implementado nas escolas de forma gradual; especialista em preparação para vestibular vê mudança como marco na educação

Da redação

O Estado de São Paulo foi o primeiro do país a aprovar o novo currículo para o Ensino Médio, sancionado pelo então presidente Michel Temer em 2017. O documento teve aprovação unânime, na última quarta-feira (29/7), do Conselho Estadual da Educação de São Paulo e passará a vigorar a partir de 2021 para os alunos que ingressarem no 1º ano. O secretário estadual da Educação, Rossieli Soares, deve homologar o texto nesta segunda-feira (3/8).

O novo currículo está alinhado à Base Nacional Comum Curricular (BNCC) do Ensino Médio, homologada pelo próprio Rossieli Soares, enquanto ocupou o cargo de ministro da Educação, em dezembro de 2018.

Para historiador, cientista político e professor especialista em preparação para vestibular Thiago Rocha, a aprovação deve ser comemorada por toda a comunidade escolar. “É um marco para a Educação de São Paulo. Vai possibilitar uma nova diretriz na formação dos jovens no estado.

O especialista destaca três abordagens importantes desta mudança. “Uma é tornar o Ensino Médio cada vez mais atraente para os jovens, e isso pode reduzir drasticamente a evasão escolar. Ao mesmo tempo, o Governo do Estado de São Paulo tem que ter como principal meta o combate às desigualdades educacionais para que o novo currículo dê certo. O terceiro e mais significativo ponto é que vamos formar o aluno de acordo com suas habilidades e competências pessoais. Ou seja, o novo currículo coloca o estudante na posição central da aprendizagem. É um horizonte de perspectiva de futuro para os jovens se for bem implementado”, comentou Thiago Rocha.  

A Secretaria Estadual da Educação informou que o processo de construção do currículo foi iniciado no ano passado com a escuta de 140 mil estudantes e 18 mil professores. O tema também foi debatido em seminários e por meio de consulta pública. Vinte e sete redatores escreveram o texto.

A previsão do governo estadual é de que o novo currículo seja implementado progressivamente aos alunos da 1º série do Ensino Médio em 2021. Em 2022, para os estudantes da 2º série, e, consequentemente, para a 3ª série no ano de 2023.

Como vai funcionar

O currículo do Ensino Médio paulista está estruturado em 3.150 horas, distribuídas em um período de três anos. Do montante total da carga horária, 1.800 horas são destinadas à formação básica e o restante, de 1.350 horas são referentes aos itinerários formativos. Estes itinerários terão mais do que a carga mínima prevista legislação.

Na formação geral básica, os estudantes terão os componentes curriculares divididos em áreas de conhecimento como linguagens e suas tecnologias (língua portuguesa, artes, educação física e língua estrangeira); matemática; ciências humanas e sociais aplicadas (história, geografia, filosofia e sociologia); e ciências da natureza e suas tecnologias (biologia, química e física).

Na carga horária referente aos itinerários formativos, o estudante precisa escolher uma ou duas áreas de conhecimento da formação geral para aprofundar seus estudos, ou ainda, a formação técnica e profissional para se aprofundar.

Os componentes do Inova Educação também farão parte dos itinerários formativos, com as disciplinas de eletivas, projeto de vida, e tecnologia e inovação.