De acordo com levantamento da Synapcom, líder em inteligência de mercado, especializada em e-commerce, de março a outubro, o segmento de bebidas alcoólicas no e-commerce teve um crescimento de 960% em volume de vendas.
Porém, de acordo com um estudo da Nielsen, quando se trata de bebidas alcoólicas e gaseificadas, somente 15% e 13% dos brasileiros, respectivamente, preferem marcas nacionais.
Quando o assunto é bebida alcoólica, a maioria dos brasileiros associa a produção nacional somente à cerveja.
Os irmãos Marcos Roberto Kalvelage, 49 anos, e Maurício Ricardo Kalvelage, 43 anos, querem mudar esta percepção e provar que a vodca e o gin também pode ser paixão nacional.
Os irmãos catarinenses começaram a estudar o tema e, entre 2007 e 2008, se especializaram. “Somos apreciadores de bebida. Degustamos diferentes tipos e já tínhamos pensado em abrir uma destilaria depois de nos aposentar.
O Maurício estudou o processo da cerveja e eu fui atrás de cursos sobre cachaça.
Começamos a nos interessar cada vez mais, até que compramos destiladores e fermentadores para testar matérias-primas em casa”, diz Marcos.
Não foi preciso se aposentar para que a dupla se aprofundasse no tema e, em pouco tempo, o hobby passou a ser oportunidade de negócio.
Com o conhecimento do processo de fermentação de cereais da cerveja, os empreendedores iniciaram o projeto de uma vodca, a partir de um blend de cereais.
Para Marcos, foi difícil encontrar uma referência nacional no nível que eles desejavam. “Fomos atrás de referências de bebidas importadas e viajamos para fora para conhecer as empresas, a produção e as tecnologias dessas marcas”.
Em 2012, junto com um terceiro sócio, o engenheiro Francisco Marin, eles abriram a Bebidas Kalmae. No ano seguinte, a primeira vodka, Kalvelage, chegou no mercado. “O resultado superou nossas expectativas. Apesar do alto nível da vodca, o preconceito inicial por ser um destilado produzido no Brasil fez com que ela não fosse tão aceita”, conta Marcos.
Diante desse desafio, os irmãos pensaram que a melhor forma de provar a qualidade da bebida seria participando de campeonatos internacionais. “Um ano depois de lançar a vodca, ganhamos medalha de prata tanto no San Francisco World Spirits Competition quanto no Hong Kong Internacional Wine, onde conquistamos o posto de única vodka das Américas a receber medalha”.
“Nosso preço é competitivo, pois não está tão suscetível às variações do dólar quanto as marcas importadas. Além disso, temos uma boa mobilidade dentro do país e nenhum concorrente nacional direto”. Uma garrafa de Kalvelage custa em média R$ 99,50.
Hoje a marca conta com 17 medalhas internacionais tornando-a uma destilaria respeitada dentro do cenário de bebidas destiladas, fazendo com que os irmãos Kalvelage dessem um grande passo na conquista de um novo mercado.