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Taka se cala diante do aumento do próprio salário em 30%; ex-prefeito condena aumento
Política
Publicado em 21/12/2024

Com o acréscimo do teto, outros servidores passarão a ganhar mais também

Wallace Quaresma 

O Prefeito eleito de Diadema, Taka Yamauchi (MDB), nem bem assumiu o cargo e já recebeu um ajuste nos seus rendimentos. O emedebista terá um acréscimo de 29,5% no salário. O aumento também será creditado nos vencimentos da vice-prefeita eleita, Andreia Fontes (PL) e dos secretários nomeados.

O reajuste salarial veio um dia após o futuro prefeito e os vereadores terem sido diplomados pelo Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo. A mesa diretora da Câmara Municipal protocolou projeto de lei fixando em R$ 20.853,83 o vencimento do prefeito, em R$ 11.703,57 o subsídio da vice e R$ 13.120,60 o salário dos secretários.  Porém, nos bastidores, Taka agiu para que a Câmara votasse um reajuste nos salários da classe política, o que acabou ocorrendo na última sessão de 2024, realizada na quarta-feira (18).

Com isso, Taka passará a receber R$ 27 mil mensais. A futura vice-prefeita, Andreia Fontes, vai ganhar R$ 18 mil, mesmo salário dos secretários - para a vice, o aumento é de 53,8%, enquanto para os auxiliares diretos do prefeito a alta é de 37,19%. O aumento soa contraditório ao discurso que o próprio Taka empregou durante entrevista aos jornalistas, afirmando que será implementada medidas drásticas de cortes nos gastos, para que as contas da Prefeitura sejam equilibradas.  “Nos próximos dias vamos anunciar um pacote de ações, desde corte de carros oficiais, entre outros, para que possamos minimizar o dano ao erário, a fim de termos uma saúde fiscal adequada”, pontuou o emedebista. 

Perguntado por meio de sua assessoria de imprensa sobre o que o futuro chefe do Executivo teria a dizer sobre o assunto e se ele pretendia fazer algo em relação a isso, uma vez que o próprio Taka informou que a Prefeitura tem uma dívida de R$ 1,3 bilhão com o IPRED (Instituto de Previdência do Servidor Municipal) e que se nada fosse feito para sanar o débito o órgão corre o risco de até março perder sua capacidade executiva, nada foi declarado.

Indignado com o reajuste salarial, o ex-prefeito de Diadema por dois mandatos, Lauro Michels, classificou esse aumento como “imoral”. “O momento da economia e da política não favorece em nada isso. Atitude Imoral. Tapa na cara das pessoas e dos trabalhadores”, declarou Michels, ressaltando que a postura mais sensata seria a revogação do aumento pelo futuro Prefeito assim que assumir o cargo.

Caso isso não aconteça, o impacto nas contas públicas, que inicialmente deverá gerar em torno de R$ 1,3 milhão por ano, pode aumentar. Isso porque o salário do prefeito é o teto do funcionalismo da Prefeitura. Desta forma, os funcionários públicos que eventualmente tenham vencimentos que superem o salário do prefeito têm parte dos ganhos glosados. Com o acréscimo do teto, outros servidores passarão a ganhar mais também. 

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