O Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (CIESP), que comemora 95 anos neste 28 de março, tem cumprido papel fundamental no desenvolvimento do setor. É o que estamos fazendo neste momento, lutando perante as autoridades federais, estaduais, municipais e o Parlamento para que o País tenha uma política industrial que reduza impostos, proporcione crédito com juros menores, desonere investimentos e exportações, garanta segurança jurídica, promova a tecnologia e estimule as pequenas empresas.
Defendemos um projeto de Estado e não de governos, com visão de longo prazo, para a recuperação da competitividade da indústria de transformação, que chegou a representar 25% do PIB, mas hoje significa apenas11,3%. Porém, arca com o maior volume no bolo tributário total, em torno de 30%. Tal desproporção afetou muito sua capacidade de investimento. Nossa atividade é submetida a elevados impostos, fluxos de juros altos e carência de crédito, câmbio volátil, insegurança jurídica e excessiva burocracia. Sem falar de problemas gerados pela informalidade interna e a concorrência desleal externa.
Considerando que o setor gera empregos em grande escala, paga os melhores salários, é o que mais investe em tecnologia e agrega valor à pauta de exportações, ouso dizer que, se tivesse sido menos apenado em sua competitividade, o PIB nacional teria crescido muito acima da média anual de 0,3% na década de 2011 a 2020. Com a política que defendemos, o CIESP, seus associados e os empresários do setor serão protagonistas de um ciclo virtuoso de desenvolvimento. Sim, nossa mobilização, há 95 anos, tem sido sempre em favor do Brasil.
*Rafael Cervone, engenheiro e empresário, é o presidente do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (CIESP).