Mais do que pela política, a história de um povo, seja em qual era for, sempre será contada por sua economia. Diferentemente do que muitos acadêmicos e teóricos apontam, os agentes econômicos (as empresas, os grandes conglomerados, as firmas que funcionam numa garagem de uma casa da periferia, os bancos, o comércio, o prestador de serviços, a grande indústria, os pequenos fabricantes, o consumidor, o pagador de impostos, enfim, todos aqueles que de alguma forma grandiosa ou microscópica, movimentam a economia de uma nação) é que decidem para onde vai a geração de riquezas e destinação de recursos que farão um país crescer, prosperar e proporcionar, em consequência, Bem Estar aos seus cidadãos.
Quando um setor é dominado por um certo oligópolio - ainda que duas ou três empresas o façam por seus méritos próprios, dentro das regras do mercado - a tendência é que algumas brechas desse mercado não sejam devidamente sanadas, graças ao "gigantismo" em que esses "players" acabaram entrando.
Nessa hora, um grupo de consumidores que são mal atendidos e até preteridos no atendimento, resolvem se juntar, alocar recursos dos mais diversos para que tenham um serviço ou produto digno de ser remunerado com seu dinheiro, que eles suam tanto para ganhar.
Foi o que aconteceu com um grupo de jovens moradores de um bairro da Diadema que, cansados de ser mal atendidos pela principais empresas de transporte por aplicativo e - por conseguinte - pelas concessionárias de transporte público, resolveram criar eles mesmos, com a apoio e o incentivo de seus vizinhos, um serviço próprio, utilzando sobretudo 'mão-de-obra' e parceiros da própria região onde moram.
É o caso do aplicativo '011', qua visa atender um público que é, por vezes, discriminado involuntariamente pelo simples fato de morarem em áreas consideradas "de alto risco para a segurança", o que nem sempre é verdade.
Mas desse "limão", os jovens empreendores da '011' resolveram fazer uma "doce e saborosa limonada" em duas ou quatro rodas. E o melhor de tudo é que eles pensam ir "além". E garantem que não vão ficar só na mera concorrência com os gigantes do setor.
Que fique a lição para os políticos e acadêmicos: são as pessoas simples e, de certa forma, de baixo poder aquisitivo é que fazem a economia brasileira seguir em frente.
Ouça a entrevista a seguir dos criadores do aplicativo '011' a Elias Lubaque e Marco Ribeiro. Boa audição.